segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"Ella and Louis" - Ella Fitzgerald and Louis Armstrong - 1956

Ella and Louis é simplesmente um exemplo de disco perfeito. Não há nenhuma nota fora de lugar – nem do trompete de Louis e nem da voz em scat de Ella – nenhuma canção fora de tom. Perfeito.


Devo confessar que eu não sou muito fã de jazz. Para ouvir longos solos em que só os instrumentistas parecem estar se divertindo, prefiro ouvir rock progressivo. Porém, esse disco sempre esteve no senso comum de minha família, tanto que o escuto desde muito tempo. Já sei as músicas decoradas, inclusive os agudos de Ella e os graves de Louis.


Lançado em 1956, com participação do quarteto de Oscar Peterson, traz canções dos irmãos Gershwin, de Irving Berling, Hoagy Carmichael, entre outros. O album faz parte de uma trilogia gravada pelos dois entre os anos de 1956 e 1958 – sendo seguido de “Ella and Louis Again” e “Porgy and Bess”, também dois maravilhosos discos.


Pois é. Quando eu digo que não gosto muito de jazz, é verdade, porém eu adoro esse três encontros! Experimente ouvi-los bem acompanhado/a e com uma boa taça de vinho. Você vai ver os milagres que eles fazem!


AQUI está uma pequena amostra da mágica! Uma de minhas favoritas, "Under a Blanket of Blue"


"Post" - Björk - 1995

Como muitos que me conhecem sabem, eu sou um rato de sebo. Explico: sebos são locais em que sãos vendidos materiais usados, como livros, discos, CDs, gibis e coisas assim. Existem sebos bons, que tratam bem do livro, lavam os CDs, arrumam os gibis; e existem sebos ruins que não fazem nada disso. Eu já achei coisas ótimas em sebos pagando quantias inimagináveis para o bem ou para o mal (ou seja, muito baratas ou muito caras).


Pois bem. Eis que estava eu garimpando em um dos sebos de Campinas-SP, quando vi que havia uma caixa de CDs a preços destruidores como dois reais, cinco reais, oito reais. Originais, para deixar bem claro, porque eu não compro coisas piratas, me recuso.


E achei um cd dessa tal Björk. Ela não era uma total desconhecida, pois é famosa no meio musical por sua excentricidade e roupas espalhafatosas, e eu, que estou sempre antenado, já tinha ouvido uma história ou duas sobre sua pessoa. Comprei o tal cd, “Post”, junto com outros que vim a descobrir serem muito menos interessantes que esse. Coloquei no rádio do carro e torci pra que não tivesse gastado meu dinheiro em vão.


A primeira música - "Army of Me" - abre com uma bateria forte eletrônica e guitarras, coisa meio impensada para mim e a letra diz “Se você reclamar uma vez mais/você vai encontrar um exército de mim”. E eu pensei então: “uau”. Gostei da força da canção e continuei a ouvi-la. Foi, porém, na quarta música, que deu-se a mágica. “It’s Oh So Quiet” é de um musical antigo que Björk repaginou e ficou muito legal. A partir daí eu sabia que tinha sido fisgado. Saí procurando tudo que podia sobre ela, comprei os CDs que achei pelos sebos da cidade e fiz uma mini-coleção. Assisti ao filme que ela fez, “Dançando no Escuro”, dirigido por Lars Von Trier, e adorei (o filme merecerá um texto mais pra frente).


Não é fácil de gostar de cara, pois ela é sim vanguardista e inovadora. Demora um pouco. Até que se dá clique. Björk (que é da Islândia) é aquele tipo de artista que se ama ou se odeia. Eu fico feliz em dizer que a amo! Fora o fato de ela ser extremamente fofa em entrevistas!


Apesar de parecer novinha (pelo rosto e também pela voz), Björk já tem quarenta e três anos e também tem fortes posições políticas. Foi extremamente criticada em 2008 por ter sussurrado “Tibet, Tibet, Tibet”, em uma apresentação na China, durante a canção “Declare Independence”. Eu particularmente achei super corajoso da parte dela.


Enfim, escutem e me contem o que acharam! Sigam o link de uma de minhas músicas favoritas e com um clipe ótimo aqui!

domingo, 22 de novembro de 2009

"2012" - (Estados Unidos, 2009)

Imagine um filme catástrofe. Agora imagine um filme catástrofe em que os Estados Unidos são destruídos. Fácil, não é? Bem, agora imagine um filme catástrofe em que tudo é destruído, inclusive o nosso querido Cristo Redentor. Imaginou? Pois é. Você não viu nada.


"2012" fala sobre a profecia Maia de que o mundo acabará em 2012, também usando o argumento de isso também ter sido dito por Nostradamus, o médico francês famoso por suas profecias. Um pouco de história e mitologia, misturadas ao fato de que o centro da Terra está esquentando a cada dia, tornando-se um forno de microondas prestes a explodir, faz a pretensa atmosfera realista do filme.


Tudo isso é desculpa para muita destruição, muitos efeitos especiais e cenas inimagináveis, como a queda do Cristo Redentor sobre um imenso grupo de cariocas desesperados.


O filme é uma ótima diversão. Eu fiquei realmente maravilhado com os efeitos e estou até agora pensando como eles conseguiram fazer várias das cenas do filme. Ele é também interessante – falando aqui de profecias – por ter previsto um presidente americano negro (Danny Glover), antes de Obama chegar ao poder.


Ótima diversão, não espere nada demais, somente carros sendo destroçados, pessoas enlouquecidas, aviões caindo e coisas assim. Para ver com pipoca, claro!


Um filme recomendado por Conselho Vendido!

"Deixa Ela Entrar" - (Suécia, 2007)

Se alguém chegasse para você e lhe convidasse para assistir um filme sueco, o que você diria? A minha primeira reação foi, confesso, um tanto quanto ignorante: “nossa, nunca pensei que tem gente fazendo filmes na Suécia...”. É óbvio que fazem. Se são bons ou não, é outra conversa. Pois bem, resolvi ir. O filme escolhido foi “Deixa Ela Entrar”, dirigido por Tomas Alfredson e com roteiro de John Ajvide Lindqvist, lançado em 2007, mas que só chegou ao Brasil esse ano. Eu adorei!


O filme conta a história do garoto Oskar que, maltrado por colegas de escola, está sempre sozinho, brincando sozinho, pensando sozinho, fazendo tudo sozinho. Até o dia em que ele vê duas pessoas se mudarem para um dos apartamentos de seu prédio, um senhor e uma menina – mais ou menos da idade de Oskar, entre 12 e 14 – presumivelmente pai e filha. Tudo vai normal, mas quando a menina começa a ir ao playground em frente ao prédio na mesma hora que ele – diga-se de passagem, de madrugada e em um frio de rachar – ele começa a ficar incomodado, já que ela não conversa muito, tem hábitos estranhos e nunca é vista de dia.


Neste momento, você, cinéfilo voraz e leitor mais que esperto, já percebeu que há algo errado com a garota. Sim, é um filme sobre vampiros.


Não pense você, caro leitor, que fui jogado à moda “Crepúsculo”, pelo contrário, gosto de histórias de vampiros desde muito tempo, muito antes dessa estranha onda de vampirismo-pop que esta série trouxe. “Deixa Ela Entrar” é um filme sobre vampiros, sim, mas é, talvez principalmente, sobre amizade, dificuldades na adolescência e o quanto precisamos de ajuda em certos momentos da nossa vida.


As atuações são excelentes, principalmente dos dois meninos que levam boa parte da história nas costas e o fazem com maestria, apesar de muito jovens.


Um filme recomendado por Conselho Vendido!


PS: OS POSTS SOBRE FILMES CONTÉM, SEMPRE QUE POSSÍVEL, UM LINK PARA O TRAILER.